sexta-feira, 6 de maio de 2011

BIN LADEN NÃO MORREU



De acordo com a crença difundida entre os seguidores de Alá e um forte incentivo para que homens-bomba se explodam em estilhaços de fervor religioso misturado com expectativas eróticas, até que se prove em contrário  haverá um déficit de virgens no céu nos próximos dias. Não bastasse o incrível e prematuro  desaparecimento das mesmas
em terra.

Enquanto isto, as teorias conspiratórias tentam imprimir alguma lógica no vazio e no caos. Em verdade, Bin Laden cumpriu seu destino. Candidato dedicado a martir de uma grande causa, arquitetou planos mirabolantes para a destruição  do ocidente judaico-cristão, mas o maior terror de todo mito está na banalidade das coisas mais comezinhas.

Como imaginar o grande inspirador de tantas idéias redentoras tendo de lidar com as  prosaicas tarefas do cotidiano  ? Lavar-se? Escovar os dentes? Defecar?  Como conceber por exemplo que a alma iluminada fosse lidar com uma violenta diarréia numa longínqua caverna nas montanhas do Afeganistão?
E seus seguidores ainda o seguiriam?

Bin Laden portanto não morreu, mas elevou-se a condição superior de um objeto de adoração. Mítico, fluido e suprahumano, mais compatível com a idealização de quem se coloca numa dimensão acima do comum dos mortais. Deste modo, todo vestígio se apagará de suas hesitações, possíveis crises de fé, de suas necessidades fisiológicas, de suas frustrações pessoais transformadas em
interesse coletivo.

Assim, restará  muitos outros em busca da grande causa.
A causa de tudo que macula, deforma e frustra a
narcísica perfeição projetada sobre o mundo.

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