domingo, 6 de março de 2011

PARA ONDE? PARA QUE?


No dia 17 de fevereiro de 2008  o motorista de uma Parati percorreu 4 km pela contramão em uma das estradas mais movimentadas de São Paulo, bateu contra um caminhão e morreu numa manhã ensolarada de domingo.

Em 08 de março do ano passado um carro andou 13 km na contramão na região de Cotia, na Grande São Paulo, bateu em outro e deixou duas pessoas mortas na madrugada de uma banal segunda-feira.

No dia primeiro de março  deste ano o policial militar Roberto Santos foi ferido após dirigir  por 5 km a cerca de 100 km/h na contramão de uma das principais avenidas de S.Paulo, a Bandeirantes.  No trajeto, colidiu com 9 veículos e só então parou.

Numa 6a.feira do dia 28 de janeiro, os pacatos habitantes do município de Livramento de Nossa Senhora, no sudoeste baiano, surpreenderam-se com o veículo oficial da Prefeitura, que é utilizado pelo gestor, Carlos Souto (PMDB) estacionado na contramão de uma das principais vias da cidade.

No ultimo dia 25 de fevereiro o funcionário do Banco Central Ricardo Neis atropelou vários ciclistas numa via pública na cidade de Porto Alegre porque o impediam de seguir seu caminho devido a uma manifestação cujo lema foi resumido no dia seguinte na frase pintada no asfalto como manifestação de  protesto: `mais amor, menos motor´.

Os exemplos são inúmeros e as estatísticas não mentem, o trânsito no  Brasil, parado nos congestionamentos cada vez mais frequentes ou em seu movimento veloz tornou-se uma calamidade pública. Em 2010 os acidentes aumentaram 13% em relação a 2009. Este ano, neste período do carnaval, as expectativas não são mais otimistas.

Nos episódios que os motoristas tem protagonizado um elemento parece recorrente. Quase sempre demonstram uma urgência que os impele em direção a algum objetivo obscuro. Mais do que a velocidade proporcionada pelos motores potentes, algo parece justificar e exigir uma pressa em atender a um tempo wue avança inclemente. Porém, trata-se de uma pressa sem norte e um fim no horizonte, tanto é que recorrem a caminhos sem bússola e de sentidos transversos. Caberia perguntar para onde vão os motoristas que correm tresloucados pelas ruas e estradas?

Ainda que a cada um seu tempo e itinerário, mas para onde? Para que?

Desse sintoma contemporâneo, fica a expressão também vazia de sentido e explicações que se repete no noticiário das mortes no trânsito: ´o motorista perdeu o controle da direção...´´

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